“Russia, Goodbye!”: An analysis of Russia-Ukraine geopolitical dynamics and competing narratives within the Eurovision Song Contest (2003-2023)

Television has long proven to be the storyteller of contemporary world politics. The Eurovision Song Contest, an annual TV music competition, has been shown to be a microcosm of Europe and all the political friendships and enmities that characterize the European political landscape. Known as a kitsch and quirky pop show, Eurovision is the most popular event in Europe, gathering hundreds of millions of viewers worldwide. Despite being considered apolitical by the European Broadcasting Union, the singing competition has served as a platform for countries to spread their values, culture and several narratives to a broad audience and, consequently, enhance their soft power and influence. Russia and Ukraine have a longstanding tradition of political posturing around Eurovision as both countries have been narrating their hostile relations for the past 20 years through song lyrics, voting patterns, political speeches and statements. To understand the spill-over of Russia and Ukraine’s geopolitical tensions and conflict to the Eurovision stage, this study will explore this bilateral relation within the international event through the lens of popular geopolitics. This analysis will then provide valuable insights on how Russia and Ukraine are producing and disseminating their geopolitical narratives through a musical and entertainment platform and how these specific narratives are reflecting broader geopolitical dynamics between both countries. Through the Eurovision Song Contest, it is possible to study how popular culture and geopolitical issues intersect, which provides a distinctive perspective of Russia-Ukraine relations and how they are perceived on the international stage before a global audience.Há muito tempo que a televisão tem provado a sua capacidade de narrar a política internacional contemporânea. O Festival Eurovisão da Canção, um concurso anual televisivo de música, tem demonstrado ser um microcosmo da Europa e de todas as amizades e inimizades políticas que caracterizam o panorama político europeu. Conhecido como um concurso de pop peculiar, a Eurovisão é o evento mais popular da Europa, reunindo centenas de milhões de espectadores em todo o mundo. Apesar de ser considerado apolítico pela União Europeia de Radiodifusão, o concurso de música tem servido como plataforma para os países divulgarem os seus valores, a sua cultura e várias narrativas a um público variado e, consequentemente, aumentarem o seu soft power e influência. A Rússia e a Ucrânia têm uma longa tradição de postura política em torno da Eurovisão, uma vez que ambos os países têm narrado as suas relações hostis nos últimos 20 anos através de letras de canções, padrões de votação, discursos e declarações políticas. Para compreender as repercussões das tensões e conflitos geopolíticos da Rússia e da Ucrânia no palco da Eurovisão, este estudo irá explorar esta relação bilateral no evento internacional através das lentes da geopolítica popular. Esta análise fornecerá, assim, perceções úteis sobre a forma como a Rússia e a Ucrânia estão a produzir e a divulgar as suas narrativas geopolíticas através de uma plataforma musical e de entretenimento, e como estas narrativas específicas estão a refletir uma dinâmica geopolítica mais ampla entre ambos os países. Através do Festival Eurovisão da Canção, é possível estudar como a cultura popular e questões geopolíticas se intersetam, o que proporciona uma perspetiva distinta das relações Rússia-Ucrânia e como estas são entendidas no cenário internacional perante um público global